sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Capítulo 24

"Meu anjo." A voz de Joseph preencheu meus ouvidos em uma onda morna. "Acorda." Eu gemi, fechando os olhos com ainda mais força e afundando ainda mais a cabeça em seu pescoço. "Me deixa em paz, seu tarado."

Sua risada silenciosa me fez estremecer. Ele estalou um beijo na minha testa e começou a levantar. "Já chegamos."

Abrindo um dos olhos, vi quando ele vestiu a camiseta preta. A calça continuava lá. Notei que o dia já estava claro. Sentei e olhei pela janela, tomando um sustou ao me ver de frente para o mar. Lembrava que havíamos parado para abastecer, mas não estava em condições de descobrir aonde íamos. Joseph tinha se recusado a contar quando perguntei, limitando-se a informar que era uma surpresa "Onde estamos?", murmurei, admirada com a visão do sol acima da água.A manhã já estava alta. "Na Carolina do Norte. Levante os braços."

Obedeci automaticamente, e ele enfiou minha blusinha em mim. "Preciso pôr o sutiã", comentei quando Joseph voltou ao meu campo de visão. "Não tem ninguém aqui além de nós, e vamos direto pra banheira."

Olhei mais uma vez para a casa ao lado da qual estávamos estacionados. Devia ter pelo menos três andares, com varandas enormes na frente e na lateral e uma linda porta de entrada. Tinha sido construída na própria praia, tão perto daágua que quando a maré subia devia chegar até ela. "Quanto tempo demorou a viagem?"

"Quase dez horas." Joseph envolveu minhas pernas com a saia e eu me levantei, permitindo que ele a ajeitasse e subisse o zíper. "Vamos lá."

Ele desceu primeiro e estendeu a mão para mim.A brisa salgada e revigorante do mar atingiu meu rosto,despertando-me. Os movimentos ritmados das ondas me embalaram desde o momento em que me dei conta de onde estava. Angus não estava por perto, o que era um alívio, já que eu estava sem calcinha e sem sutiã. "Angus dirigiu a noite toda?"

"Trocamos de motorista quando paramos no posto." Virei para Joseph e meu coração se acelerou quando vi a maneira carinhosa e intensa como ele me olhava.

Uma mancha roxa se insinuava em seu queixo, e eu estendi a mão para tocá-la, sentindo um aperto no peito ao acariciar seu ferimento. "Você está machucado em mais algum lugar?", perguntei, ainda me sentindo emocionalmente frágil depois da longa noite anterior.

Ele agarrou meu pulso e levou minha mão até seu coração. "Aqui."

Meu amor... Ele também estava sofrendo. "Sinto muito."

"Eu também." Ele beijou a ponta dos meus dedos, pegou minha mão e me levou para a casa. A porta não estava trancada, e ele foi entrando sem cerimônia. Havia uma cesta de metal em uma mesinha ao lado da porta, contendo uma garrafa de vinho e duas taças amarradas com uma fita. Enquanto Joseph trancava a porta por dentro, peguei o envelope de boas-vindas e o abri. Uma chave caiu na palma da minha mão.

"A gente não vai precisar disso." Ele tomou a chave da minha mão e deixou na mesinha. "Pelos próximos dois dias vamos virar eremitas."

Uma onda de prazer foi tomando conta de mim, seguida de certa perplexidade pelo fato de um homem como Joseph Jonas gostar tanto da minha companhia a ponto de abrir mão da convivência com todos os demais.

"Vamos", ele disse, empurrando-me escada acima. "A gente abre esse vinho depois."

"É verdade. Precisamos de café primeiro."

Dei uma olhada rápida na decoração da casa. Era rústica por fora e moderna por dentro. As paredes de madeira eram brancas e decoradas com fotos em preto e branco de conchas do mar.

A mobília era toda branca, e a maior parte dos acessórios era de vidro e metal. Seria uma coisa até monótona, não fosse a vista maravilhosa para o mar e as cores dos tapetes sobre o piso de madeira nobre e do acervo de livros de capa dura que preenchia as estantes.

Quando chegamos ao andar de cima, minha felicidade aumentou ainda mais. A suíte principal era um espaço totalmente aberto, a não ser por duas colunas de sustentação. Buquês de rosas, tulipas e lírios brancos eram visíveis em quase todas as superfícies disponíveis, até mesmo no chão, em algumas áreas estratégicas.

A cama era enorme, com lençóis de cetim,o que me fez pensar que se tratava de uma suíte nupcial, impressão reforçada pela fotografia em preto e branco pendurada sobre a cabeceira, a imagem de um véu transparente sendo levado pelo vento.

Olhei para Joseph. "Você já esteve aqui antes?"

Ele estendeu a mão e soltou meu rabo de cavalo, àquela altura todo torto e amassado. "Não. Que motivo eu teria para vir aqui?"

Verdade. O único lugar ao qual Joseph levava mulheres era seu matadouro num quarto de hotel — que aparentemente ele ainda mantinha. Meus olhos se fecharam quando começou a alisar meus cabelos com os dedos. Eu não tinha nem energia suficiente para me aborrecer com aquilo naquele momento.

"Tire a roupa, meu anjo. Vou encher a banheira."

Ele se afastou. Abri os olhos e o agarrei pela camiseta. Não sabia o que dizer. Só queria tê-lo por perto. Ele entendeu, porque sabia como eu pensava. "Não vou a lugar nenhum, Demetria." Joseph pegou meu queixo com as mãos e olhou fundo nos meus olhos, mostrando a intensidade que havia me deixado maravilhada desde que o conhecera. "Mesmo se você quisesse ficar com ele, isso não seria suficiente pra eu abrir mão de você. Eu te quero demais. Quero você comigo, na minha vida, na minha cama. Se não puder ter isso, nada mais importa. Aceito o que você quiser me dar, não sou orgulhoso."

Eu me atirei sobre ele, atraída por sua necessidade obsessiva e insaciável por mim, que refletia minha profunda necessidade da companhia dele. Minhas mãos se agarraram à sua camiseta de algodão.

"Meu anjo", ele sussurrou, abaixando a cabeça e colando seu rosto ao meu. "Você também não consegue ficar longe de mim." Ele me tomou nos braços e me carregou até o banheiro.

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Perdoem a demora. :)

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