sábado, 10 de janeiro de 2015

Capítulo 26

O robe de seda branca que encontrei pendurado no closet era maravilhoso, revestido por dentro com um tecido felpudo e bordado com fios prateados nas bainhas. Eu adorei, o que era ótimo, porque, aparentemente, era a única peça disponível naquela casa. Observei enquanto Joseph vestia uma calça de pijama de seda preta e amarrava o cordão para ajustá-la à cintura. "Por que você tem direito a roupas e eu só ganho um robe?" Ele me olhou através de uma mecha de cabelo que havia caído sobre seu rosto.

"Porque fui eu que providenciei tudo."

"Sem-vergonha."

"É só uma forma de facilitar o cumprimento de suas demandas sexuais insaciáveis."

" Minhas demandas insaciáveis?" Fui até o banheiro para tirar a toalha que estava enrolada na minha cabeça.

"Eu me lembro claramente de implorar pra você parar ontem à noite. Ou foi hoje de manhã?"

Ele foi atrás de mim e parou no vão da porta. "Você vai implorar para eu parar hoje à noite também. Mas agora vou fazer o café." Pelo espelho, vi um hematoma bem escuro quando ele se virou para sair. Estava localizado na parte inferior de suas costas, um local que eu não tinha visto até então.

"Joseph! Você está machucado! Me deixa ver isso!"

"Eu estou bem." Ele me respondeu já do meio da escada. "Não precisa exagerar."

Fui invadida pelo sentimento de culpa e por uma vontade terrível de chorar. Minhas mãos tremiam enquanto eu passava o pente pelos cabelos molhados.No banheiro havia os mesmos produtos de beleza que eu tinha em casa, mais uma prova do quanto Joseph era atencioso, mais uma coisa a evidenciar meus defeitos. Eu estava tornando a vida dele um inferno. Depois de tudo por que ele havia passado, a última coisa de que precisava era lidar com uma pessoa problemática como eu.

Ao descer até o primeiro andar, notei que ainda não estava pronta para me juntar a Joseph na cozinha. Precisava de um minuto sozinha para me recompor. Não queria estragar o fim de semana dele.

Saí pelas portas envidraçadas que levavam ao deque. O rugido das ondas e a brisa úmida e salgada me atingiram em cheio. A bainha do meu robe ondulava suavemente ao vento, refrescando-me e revigorando-me ao mesmo tempo.

Respirei fundo, agarrei com força o gradil do deque e fechei os olhos, tentando encontrar a paz que aplacaria a preocupação de Joseph. Somente eu era capaz de fazer de mim mesma uma pessoa mais forte, o que era absolutamente necessário se quisesse fazê-lo feliz e transmitir a segurança que ele tanto desejava. A porta se abriu atrás de mim e suspirei antes de me virar e encara-lo com um sorriso.

Joseph apareceu com duas canecas fumegantes — uma de café preto e outra de café com leite. Eu sabia que estaria do jeito como eu queria, porque ele conhecia exatamente o meu gosto.

Não porque eu havia dito, mas porque ele prestava atenção em tudo a meu respeito.

"Pare de se torturar", ele disse,muito sério, deixando as canecas sobre o gradil. Suspirei. Obviamente, um sorriso não era suficiente para esconder meu estado de espírito. Ele me conhecia bem demais.

Joseph pegou meu rosto entre os dedos e me encarou. "Esse assunto está encerrado. Esquece isso."

Passei os dedos pelo lugar onde tinha visto o hematoma.

"Isso precisava acontecer", ele se limitou a dizer. "É sério. Fica quieta e me escuta. Acho que entendi o que você sente em relação a Corinne. Sinceramente, achava um exagero da sua parte. Mas estava errado. Agi como um imbecil egoísta."

"Mas eu estou mesmo exagerando. Não tenho por que odiá-la tanto assim. Não consigo pensar nela sem sentir impulsos violentos."

"Agora eu entendo isso. Antes não entendia." Ele deu um sorriso amarelo. "Às vezes só um evento dramático é capaz de me ensinar a ver as coisas de outro jeito. Por sorte, você é muito boa nisso."

"Não tenta amenizar as coisas, Joseph. Você podia ter se machucado feio por minha causa."

Ele me pegou pela cintura quando fiz menção de me virar.

"Eu me machuquei feio por sua causa, sim. Ver você abraçada com outro cara, beijando a boca dele..." Seus olhos brilharam de raiva. "Aquilo acabou comigo, Demetria. Cortou meu coração e me deixou sangrando. Parti para o ataque como uma forma de autodefesa."

"Nossa", eu disse quase sem fôlego, aturdida por sua sinceridade brutal. "Joseph."

"Estou com muita raiva de mim mesmo por não ter entendido o que você sente por Corinne. Se um beijo já foi capaz de me fazer sentir daquele jeito..."

Ele me abraçou com força, com um dos braços no meu quadril e outro nas minhas costas, para que sua mão pudesse agarrar minha nuca e me prender. Capturar-me.

"Se você me traísse", ele continuou com a voz embargada, "acho que eu morreria."

Virei a cabeça e beijei seu pescoço. "Aquele beijo idiota não significou nada. Significou menos do que nada, aliás."

Ele agarrou meus cabelos e puxou minha cabeça para trás. "Você não sabe o que seus beijos significam pra mim, Demetria. Não dá para sair beijando outra pessoa e dizer que foi só uma coisinha idiota..."

Joseph abaixou a cabeça e juntou seus lábios aos meus. O beijo começou suave, doce e provocador, com leves lambidas no meulábio inferior. Abri a boca para ampliar o contato. Ele virou a cabeça e enfiou a língua na minha boca. Seus movimentos rápidos e não muito profundos só faziam aumentar meu desejo. Enfiei os dedos por entre seus cabelos molhados e fiquei na ponta dos pés para que o beijo pudesse se tornar mais profundo.

Gemi ao sentir que ele sugava minha língua e me encostei um pouco mais em seu corpo. Seus lábios se moviam contra os meus, cada vez mais quentes e úmidos. Estávamos nos devorando, fic-ando mais excitados a cada segundo, como se estivéssemos trepando apenas com a boca, transando apaixonadamente através dos lábios, dos movimentos da língua e das leves mordidas. Eu arfava de desejo por ele, atacava-o com meus lábios, soltando gemidos de tesão pela garganta.

Seus beijos eram espetaculares. Era quando ele se mostrava por inteiro, sua força, sua paixão, seu desejo e seu amor. Nada ficava de fora, estava tudo ali. Ele se expunha completamente.

A tensão começou a tomar conta de seu corpo poderoso, sua pele acetinada estava cada vez mais quente. Sua língua se enfiou de uma vez na minha boca, enroscando-se com a minha. Sua respiração acelerada se misturava à minha, enchendo meus pulmões.

Meus sentidos estavam todos imersos nele, no seu gosto, no seu cheiro, e minha cabeça girava a mil por hora enquanto eu virava a cabeça, em uma tentativa de senti-lo ainda mais profundamente.

Eu queria lambê-lo com mais força, sugá-lo com mais força. Devorá-lo. Eu o queria demais.

Suas mãos percorriam minhas costas, trêmulas e inquietas. Ele grunhiu, e senti meu sexo se contrair em resposta. Ele desamarrou o cordão do meu robe, enfiando as mãos por entre suas metades abertas para agarrar meus quadris e encravou os dentes no meu lábio inferior, para depois acariciá-lo com a língua.

Gemi, querendo mais. Minha boca estava inchada e sensível.

Por mais perto que estivéssemos um do outro, a proximidade nunca parecia suficiente. Joseph agarrou minhas nádegas e me puxou para cima dele. Senti sua ereção como uma barra de aço incandescente queimando minha barriga através do tecido da calça. Ele interrompeu o beijo e depois atacou minha boca de novo, preenchendo-me com o gosto de seu desejo, proporcionando-me tanto prazer com o toque aveludado de sua língua que seu gesto ganhou ares de tortura para mim. Ele sentiu um tremor violento e soltou um rugido, remexendo os quadris.

Seus dedos apertavam minha bunda, e seu grunhido reverberou com força contra meus lábios. Senti seu pau pulsar entre nós, depois seu jorro morno e delicioso na minha pele. Ele gozou soltando um ruído atormentado, encharcando a seda do pijama.

Gemi alto, desfazendo-me e desmanchando-me toda, enlouquecidamente excitada por conseguir fazê-lo perder o controle só com um beijo.

Aos poucos ele foi me soltando, ofegante. "Seus beijos são meus ."

"Sim. Joseph..."

Eu estava abalada, fragilizada emocionalmente pelo momento mais erótico que já havia vivenciado.

Ele ficou de joelhos e me chupou até que eu chegasse a um clímax arrebatador.

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