O desejo que se acendeu dentro de mim quando o vi foi arrebatador. Notei que Cary
estava se afastando de mim, mas não conseguia deixar de me fixar em Joseph, cujos olhos azuis brilhantes fuzilavam os meus.
“O que você está fazendo aqui?”, ele soltou, irritado.
Eu me encolhi diante de tamanha grosseria. “Como é?”
“Você não deveria estar aqui.” Ele me agarrou pelo cotovelo e começou a me
arrastar para dentro da casa. “Eu não quero você aqui.”
Se ele cuspisse na minha cara, não teria me magoado tanto. Livrei meu braço de sua
mão com um puxão e caminhei a passos largos na direção da casa com a cabeça erguida,
torcendo para conseguir chegar até o carro e o olhar vigilante do Clancy antes que as
lágrimas começassem a rolar.
Atrás de mim, ouvi uma voz feminina melosa chamar o nome dele, e torci para que
essa mulher atraísse sua atenção, para que aquela cena não precisasse se prolongar.
Pensei que ia conseguir atingir meu objetivo ao atravessar o interior climatizado da
casa.
“Demetria, espere.”
Meus ombros se curvaram ao som da voz de Joseph, e eu me recusei a olhar para ele. “Suma daqui. Já conheço o caminho da porta.”
“Ainda não terminei...”
“Eu já!” E me virei para encará-lo. “Nunca mais fale comigo desse jeito. Quem
você pensa que é? Acha que estou aqui por sua causa? Que pretendia encontrar você e me
jogar aos seus pés como uma cachorrinha... em busca de qualquer migalha de atenção que
você quisesse me dar? Que eu estivesse atrás de uma rapidinha num canto escuro pra tentar ganhar você de volta?”
“Fique quieta, Demetria.” Seus olhos faiscavam e seus dentes estavam cerrados. “Escute
o que tenho a dizer...”
“Só estou aqui porque me disseram que você não viria. Vim por causa de Cary, pra
ajudar a carreira dele. Então você pode voltar pra festa e esquecer de novo que eu existo. Fique tranquilo, quando eu sair por aquela porta, vou estar fora da sua vida de uma vez por todas.”
“Cale essa maldita boca.” Ele me agarrou pelos cotovelos e me sacudiu com tanta força que meus dentes bateram uns nos outros. “Cale essa boca e me deixe falar.”
Dei um tapa no rosto dele com força suficiente para balançar sua cabeça. “Não
encoste em mim.”
Joseph rosnou, chegou mais perto e me deu um beijo de fazer doer os lábios. Suas
mãos agarraram meus cabelos, impedindo que eu virasse a cabeça. Mordi a língua que ele
agressivamente enfiou na minha boca, depois seu lábio inferior, já com gosto de sangue,
mas ele não parou. Empurrei seus ombros com o máximo de força de que era capaz, mas
não consegui afastá-lo.
Maldito Stanton! Se não fosse por ele e pela louca da minha mãe, eu já saberia dar
uns golpes de krav maga a essa altura...
Joseph me beijava como se estivesse desesperado para sentir meu gosto, e minha
resistência começou a ceder. O cheiro dele era tão bom, tão familiar. Seu corpo se
encaixava tão bem no meu. Meus mamilos me traíram, ficaram duros e pontudos, e uma
onda lenta e morna de excitação começou a se espalhar pelo meu ventre. Meu coração
reverberava dentro do peito. Meu Deus, o desejo que eu sentia por ele. Nada havia mudado, eu ainda o queria junto a mim o tempo todo.
Ele me pegou no colo. Aprisionada por sua pegada firme, não conseguia respirar
direito, e minha cabeça começou a rodar. Quando ele me levou para trás de uma porta e a fechou com o pé, tudo o que consegui fazer foi soltar um ruído quase inaudível de protesto.
De repente me vi prensada contra uma pesada porta de vidro do outro lado da
biblioteca, subjugada pelo corpo forte e maciço de Joseph. Sua mão começou a descer pela minha cintura, apalpando por baixo da saia até encontrar a parte da minha bunda que ficava exposta pela calcinha de renda. Ele encaixou meus quadris contra o dele, fazendo-me sentir a proporção de sua ereção. Meu sexo estremeceu de desejo, sentindo uma espécie de desamparo, uma necessidade de ter aquele vazio preenchido.
Desisti de lutar. Meus braços caíram para o lado, com as palmas viradas para o
vidro. Senti a tensão se esvair do corpo dele quando me rendi. A pressão de sua boca
diminuiu, e o beijo se transformou em uma carícia apaixonada.
“Demi”, ele estava ofegante. “Não tente resistir. Eu não aguento.”
Fechei os olhos. “Me deixe ir embora, Joseph.”
Ele esfregou seu rosto contra o meu, com a respiração cada vez mais rápida e
profunda perto da minha orelha. “Não consigo. Sei que você deve estar horrorizada com o que viu naquela noite... com o que eu estava fazendo com meu corpo...”
“Joseph, não!” Minha nossa. Ele achava que eu tinha ido embora por causa daquilo? “Não foi por isso que...”
“Estou enlouquecendo sem você.” Sua boca passeava por meu pescoço, sua língua
acariciava minhas veias pulsantes. Ele chupou minha pele, e uma onda de prazer me
invadiu. “Não consigo pensar. Não consigo trabalhar nem dormir. Meu corpo quer você.
Posso fazer você me querer de novo. Só me deixe tentar.”
As lágrimas corriam por meu rosto. À medida que caíam no meu colo, ele ia lambendo e fazendo-as sumir.
Como eu ia me recuperar se fizéssemos amor mais uma vez? Como eu sobreviveria
se não fizéssemos?
“Nunca deixei de te querer”, sussurrei. “Não consigo. Mas você me magoou,Joseph. Você tem esse poder, mais do que qualquer outra pessoa.”
Seus olhos estavam vidrados em mim, e ele parecia confuso. “Eu magoei você? Por
quê?”
“Você mentiu. Se fechou pra mim.” Peguei seu rosto nas mãos, tentando fazê-lo me
entender de uma vez por todas. “Seu passado não tem o poder de me afastar. Mas você tem, e foi isso que fez.”
“Eu não sabia o que fazer”, ele rebateu. “Não queria que você me visse daquele jeito...”
“É exatamente esse o problema, Joseph. Quero conhecer você por inteiro, o lado
bom e o lado ruim, e você se esconde de mim. Se não aprender a se abrir, vamos acabar nos afastando e nunca mais vamos nos aproximar. Você não sabe como estou me sentindo.
Passei os últimos quatro dias me arrastando. Mais uma semana, mais um mês... abrir mão
de você acabaria comigo.”
“Não consigo me abrir pra você, Demetria. Estou tentando. Mas sua primeira reação
quando piso na bola é fugir. Você faz isso o tempo todo, e eu não aguento mais sentir que
estou pisando em ovos, com medo de fazer ou dizer alguma coisa que afaste você de mim.”
Quando ele me beijou com seus lábios feridos de novo, sua boca não estava mais
tensa. Decidi não discutir. Como poderia? Ele estava certo.
“Queria que você voltasse por iniciativa própria”, ele murmurou, “mas não aguento
mais essa distância entre nós. Vou tirar você daqui carregada se for preciso. Vou fazer o
que for necessário para ficar sozinho com você e tirar tudo a limpo.”
Meu coração disparou. “Você estava esperando que eu voltasse? Pensei... Você
devolveu as minhas chaves. Pensei que tivesse desistido de mim.”
Ele se afastou, com uma expressão dura no rosto. “Nunca vou desistir de você,
Demetria.”
Olhei para ele, sentindo meu coração sangrar diante de sua beleza e de seu
sofrimento — que em grande medida havia sido causado por mim.
Fiquei na ponta dos pés e beijei a marca vermelha que o tapa deixou no rosto dele,
agarrando seus cabelos sedosos com ambas as mãos.
Joseph dobrou os joelhos para ficarmos da mesma altura. Sua respiração estava
acelerada e fora de controle. “Faço o que você quiser, o que for preciso. Qualquer coisa. Só me aceite de volta.”
Talvez esse desespero todo devesse me causar medo, mas eu me sentia igualmente
louca por ele.
Acariciando seu peito com as mãos para tentar acalmá-lo, decidi jogar limpo: “Ao
que parece, não conseguimos deixar de fazer mal um ao outro. Não consigo evitar que você sofra, e não posso mais continuar vivendo entre tantos altos e baixos. Precisamos de ajuda, Joseph. Somos extremamente disfuncionais”.
“Fui ver o doutor Petersen na sexta. Ele vai ser meu terapeuta e, se você concordar,
pode nos atender como um casal. Imaginei que, se você confia nele, talvez possa dar certo.”
“O doutor Petersen?” Eu me lembrei do sobressalto que tive ao ver um Bentley
quando estava de saída do consultório, já no carro de Stanton. Na ocasião, eu disse a mim
mesma que era coisa da minha cabeça, uma esperança de que ele viesse atrás de mim.
Afinal, havia centenas de carros pretos assim em Nova York. “Você me seguiu.”
Ele respirou profundamente. E não negou.
Engoli minha raiva. Não tinha ideia de como deveria ser difícil para ele ser tão
dependente de algo — de alguém — que não era capaz de controlar. O que interessava naquele momento era sua disposição de tentar, e o fato de eu saber que não era só papo furado. Ele já havia começado a agir. “Vai dar um bocado de trabalho, Joseph”, avisei.
“Trabalho é algo que não me assusta.” Suas mãos me tocavam sem parar,movendo-se entre minhas coxas e minha bunda, como se acariciar minha pele fosse tão essencial para ele como respirar. “Meu único medo é perder você.”
Dei um beijo no rosto de Joseph. Nós nos completávamos. Mesmo naquele momento, com suas mãos percorrendo meu corpo de maneira obsessiva e possessiva, senti minha alma se derreter em alívio por estar finalmente nos braços do homem que entendia e satisfazia meus desejos mais íntimos e intensos.
“Preciso de você.” A boca dele deslizava por meu rosto e meu pescoço. “Preciso ter
a sensação de estar dentro de você...”
“Não. Pelo amor de Deus. Aqui, não.” Meu protesto, no entanto, não pareceu muito
convincente nem para mim mesma. Eu o queria a qualquer momento, em qualquer lugar, de qualquer forma...
“Precisa ser aqui”, ele murmurou, ficando de joelhos. “Precisa ser agora.”
Joseph arranhou minha pele ao abaixar a calcinha de renda; depois levantou minha
saia até a cintura e me lambeu no meio das pernas, afastando meus lábios vaginais para
chegar a meu clitóris trêmulo.
Prendi a respiração e tentei me afastar, mas não havia para onde ir. Não com aquela
porta às minhas costas e um Joseph irredutível à minha frente, prendendo-me com uma das mãos enquanto com a outra segurava minha perna esquerda sobre seu ombro, invadindo-me com sua língua ardente.
Bati com a cabeça no vidro, sentindo meu sangue ferver a partir do ponto onde ele
me tocava com a língua. Minha perna se contraiu contra suas costas, trazendo-o mais para
perto. Agarrei sua cabeça com as mãos para que ele permanecesse imóvel enquanto eu
mesma me esfregava nele. Senti o toque de seus cabelos contra a pele sensível da parte
interna das minhas coxas, tentando não me esquecer de todo o resto ao redor...
Estávamos na casa dos pais de Joseph, no meio de uma festa com dezenas de convidados famosos, e ele tinha se ajoelhado e urrava de desejo enquanto me lambia e me
chupava. Ele sabia como mexer comigo, sabia do que eu gostava e precisava. Tinha uma
compreensão da minha natureza que ia além de suas inacreditáveis habilidades no sexo
oral. A combinação disso tudo era devastadora e viciante.
Meu corpo tremia, e meus olhos se fechavam de prazer, um prazer ilícito. “Joseph...
Você me faz gozar tão gostoso.”
Sua língua se esfregava sem parar na abertura úmida e sedenta do meu corpo,
provocando-me, obrigando-me a me esfregar desavergonhadamente em sua boca inquieta.
Suas mãos agarravam minha bunda, apertando-me, puxando-me para sua língua enquanto
ele abria caminho dentro de mim. Havia certa reverência nessa avidez que ele sentia por
mim, uma impressão inequívoca de que ele idolatrava meu corpo, de que me dar prazer e extrair prazer de mim era um elemento tão vital de sua vida como o sangue que corria em suas veias.
“Assim”, sussurrei, sentindo o orgasmo se aproximando. Meus seios queriam expandir os limites do cada vez mais apertado sutiã sem alças, e meu corpo tremia diante da
necessidade desesperadora de gozar. “Estou quase lá.”
Um movimento do outro lado da sala atraiu minha atenção, e eu gelei ao ver os
olhos de Magdalene grudados nos meus. Ela tinha acabado de entrar e parou, observando
embasbacada o que Joseph estava fazendo comigo.
Mas ele estava distraído ou empenhado demais para se importar com isso.
Abocanhou meu clitóris e sugou até suas bochechas ficarem côncavas. Repetindo o gesto
de maneira ritmada, ele massageava aquele pontinho hipersensível com a ponta da língua.
Senti meu corpo se contrair violentamente, e depois se liberar em uma torrente
furiosa de prazer.
O orgasmo me atingiu como uma onda ardente de prazer. Gemi bem alto,
empurrando cegamente os quadris contra sua boca, totalmente entregue à conexão primitiva que havia entre nós. Joseph me segurou quando meus joelhos ficaram bambos, enfiando a língua em mim até que o último tremor cessasse.
Quando abri de novo os olhos, nossa plateia solitária não estava mais lá. Levantando-se depressa, Joseph me pegou no colo e me deitou no sofá com o quadril sobre o descanso de braço, deixando-me deitada no estofamento com as costas
arqueadas.
Eu o olhei de baixo para cima. Por que ele simplesmente não me debruçou sobre o
sofá para me comer por trás?
Quando ele abriu a calça e tirou seu pênis enorme lá de dentro, isso deixou de fazer
diferença. Ele podia me ter do jeito que quisesse. Gemi quando o senti dentro mim. Meu
corpo precisava se esforçar para acomodar aquele membro que eu tanto desejava. Puxando meus quadris na direção de suas estocadas vigorosas, Joseph atacava meu sexo frágil com sua ereção brutal, grossa e rígida como uma coluna de mármore, soltando rugidos primitivos a cada vez que me penetrava até o fundo.
Deixei escapar um ganido trêmulo, estimulada por suas investidas a me entregar ao
desejo nunca saciado de ser fodida até perder os sentidos. Por ele. Só por ele.
Algumas estocadas mais e ele jogou a cabeça para trás e sussurrou meu nome,
remexendo os quadris e me deixando em um estado de frenesi. “Me aperte, Demetria. Aperte meu pau.”
Quando eu obedeci, o ruído que ele soltou foi tão sensual que meu ventre inteiro
tremeu. “Isso, meu anjo... assim.”
Aumentei ainda mais o aperto e ele soltou um palavrão. Seu olhar encontrou o meu,
e o azul deslumbrante de seus olhos brilhou de euforia. Um tremor convulsionado sacudiu
seu corpo inteiro, seguido de um ruído agoniado de êxtase. Ele entrou com ainda mais força em mim, uma vez, duas, e então seu pau grande e duro jorrou, soltando longos jatos de porra quente bem fundo em mim.
Não tive tempo para gozar de novo, mas isso não importava. Eu o olhei com um
misto de admiração e orgulho feminino. Eu era capaz de fazer isso com ele.
No momento do orgasmo, eu o dominava da mesma maneira como ele virava meu
dono quando eu gozava.
Joseph se debruçou sobre mim, ofegante, com seus cabelos fazendo cócegas no meu peito. “Meu Deus, não posso passar mais de um dia sem isso. Até as horas no trabalho
pareceram uma eternidade.”
Percorri com os dedos as raízes úmidas de suor dos seus cabelos. “Também senti a
sua falta.”
Ele passou o rosto entre meus seios. “Quando estou longe de você, fico... Não fuja
mais de mim, Demi. Não consigo ficar sem você.”
Ele me puxou para que eu ficasse de pé na frente dele, mantendo o pau dentro de
mim até que meus saltos tocassem o piso de madeira. “Vamos lá pra casa agora.”
“Não posso ir embora sem Cary.”
“Então vamos levá-lo junto. Shh... Antes que você diga qualquer coisa, seja o que
for que ele pretende conseguir nesta festa, eu posso providenciar. Ficar aqui não ajuda
ninguém.”
“Ele pode estar se divertindo.”
“Não quero você aqui.” De repente ele pareceu distante, com um tom de voz
controlado demais.
“Você tem ideia do quanto me deixa chateada falando uma coisa dessas?” Chorei
baixinho, com o peito queimando de dor. “O que tem de errado comigo? Por que não posso chegar perto da sua família?”
“Meu anjo, não.” Ele me abraçou, acariciando minhas costas para que eu me
acalmasse. “Não tem nada de errado com você. É esta casa. Eu não... eu é que não posso
ficar aqui. Você quer saber com que eu sonho? É com esta casa.”
“Ah.” Senti um nó no estômago de preocupação e de surpresa. “Desculpe. Eu não
sabia.”
Alguma coisa na minha voz fez com que ele desse um beijo na minha testa. “Fui
grosseiro demais com você hoje. Desculpe. Fico agressivo e irritado quando estou aqui,
mas isso não é motivo.”
Agarrei seu rosto com as duas mãos e olhei bem para os olhos dele, conseguindo
um vislumbre dos sentimentos turbulentos que Joseph estava tão acostumado a esconder.
“Nunca se desculpe por ser você mesmo quando está comigo. É isso que eu quero. Quero
ser seu porto seguro, Joseph.”
“Isso você já é. Você nem imagina quanto, mas vou arrumar um jeito de explicar.”
Ele grudou sua testa contra a minha. “Vamos pra casa. Comprei umas coisinhas pra você.”
“Ah, é? Adoro presentes.” Principalmente quando vinham do meu namorado assumidamente nada romântico.
Com cuidado, ele começou a sair de dentro de mim. Fiquei até assustada ao perceber como estava molhada, dando-me conta do quanto ele havia gozado. Os últimos
centímetros escorregaram com força para fora, respingando sêmen na parte interna das
minhas coxas. Logo depois, duas audaciosas gotinhas caíram sobre o piso de madeira por
entre minhas pernas abertas.
“Merda”, ele rosnou. “Isso é bom demais. Já estou ficando duro de novo.”
Olhei para sua demonstração desavergonhada de virilidade e senti um calor subir
pelo corpo. “Você não vai aguentar depois de tudo aquilo.”
“Claro que vou.” Pegando meu sexo com a mão em concha, ele me deixou toda
meladinha, apertando os grandes lábios e massageando a parte interna com os dedos. Senti uma euforia se espalhar dentro de mim como o calor de um gole de uma bebida fina, um
senso de contentamento que provinha simplesmente do fato de Joseph gostar de desfrutar de mim e do meu corpo.
“Viro um animal quando estou com você”, ele murmurou. “Quero te deixar
marcada. Quero possuir você de tal forma que não exista mais nenhuma distância entre
nós.”
Meus quadris começaram a se mover em pequenos círculos. Suas palavras e seu
toque reacenderam o desejo que ele havia tornado ainda mais intenso com a força de seu
pau. Eu queria gozar de novo, não queria ter que esperar até chegarmos à cama dele. Eu
também virava uma criatura sexual ao lado de Joseph, tão fisicamente em sintonia com ele e com tanta certeza de que ele jamais ia ferir meu corpo que me senti... livre.
Tomei seu pulso entre os dedos e guiei lentamente sua mão pelo meu quadril até
chegar à minha bunda. Mordendo seu queixo, reuni a coragem que ele me inspirava e
murmurei: “Me toque aqui. Me marque bem aqui”.
Ele ficou paralisado, com o peito arfando em movimentos acelerados. “Eu não...”.
Ele pôs mais força na voz. “Eu não faço anal, Demi.”
Olhando em seus olhos, vi a presença de algo obscuro e volátil. Algo muito
doloroso.
De todas as coisas que poderíamos ter em comum...
A paixão bruta da luxúria se acalmou até chegar à familiaridade amena do amor.
Com o coração sangrando, confessei: “Eu também não. Pelo menos voluntariamente”.
“Então... por quê?” A perplexidade de seu tom de voz me comoveu.
Eu o abracei, pressionando o rosto contra o dele e ouvindo a batida quase
desesperada de seu coração. “Porque acredito que seu toque pode me fazer esquecer o de Nathan.”
“Ah, Demi.” Ele deitou o rosto sobre a parte de cima da minha cabeça.
Eu o apertei ainda mais forte. “Com você eu me sinto segura.”
Ficamos abraçados por um bom tempo. Ouvi sua pulsação se acalmar e sua
respiração ficar mais lenta. Inspirei profundamente, deliciando-me com a mistura do cheiro dele com o da nossa luxúria furiosa e do sexo ainda mais intenso.
Quando a ponta do dedo médio dele deslizou suavemente até as pregas do meu
ânus, eu me afastei e olhei para ele. “Joseph?”
“Por que eu?”, ele perguntou baixinho, com seus lindos olhos parecendo confusos e
tempestuosos. “Você sabe que tenho traumas, Demi. Você viu o que... naquela noite em que me acordou. Você viu, porra. Como pode entregar seu corpo pra mim desse jeito?”
“Confio no meu coração e no que ele está me dizendo.” Desfiz com os dedos a ruga
entre suas sobrancelhas. “E você é capaz de devolver meu corpo pra mim, Joseph. Acho
que ninguém mais além de você pode fazer isso.”
Ele fechou os olhos e encostou sua testa suada na minha. “Você tem uma palavra de
segurança, Demetria?”
Surpresa, mais uma vez eu me afastei para examinar seu rosto. Alguns membros da
minha terapia de grupo já tinham falado sobre relações de dominação/submissão. Certas
pessoas precisam estar totalmente no controle durante o sexo. Já outras preferiam o oposto, e só a submissão e a humilhação eram capazes de saciar sua necessidade de sentir dor para poder ter prazer. Para os praticantes dessa modalidade de sexo, a palavra de segurança era um jeito bem claro de dizer chega. Mas eu não entendi por que isso poderia ter alguma relevância para mim e Joseph. “Você tem?”
“Não preciso disso.” O movimento suave do seu dedo foi perdendo intensidade. Ele
repetiu a pergunta. “Você tem uma palavra de segurança?”
“Não, nunca precisei. Fazer papai-e-mamãe, ficar de quatro, brincar com o vibrador... meu repertório se resume a isso, basicamente.”
Seu rosto perdeu um pouco da seriedade que ostentava até então. “Graças a Deus.
Caso contrário eu poderia ficar maluco.”
E a ponta do seu dedo ainda estava me massageando ali atrás, despertando um
desejo perverso. Joseph provocava aquilo em mim, fazendo-me esquecer de tudo o que
havia acontecido antes. Eu não tinha gatilhos negativos com ele, nem medos e hesitações. E queria retribuir tudo isso com o corpo que ele havia libertado dos eventos do passado.
O relógio perto da porta começou a badalar a hora.
“Joseph, sumimos faz um tempão. Daqui a pouco vão vir atrás de nós.”
Ele tirou um pouco da pressão do dedo, tocando-me bem de leve. “E você está
preocupada com isso?”
Meus quadris se arquearam ao toque. Já estava ficando com tesão de novo, só de
pensar no que estava por vir. “Não me preocupo com mais nada quando você está me
tocando.”
Sua mão livre subiu até meus cabelos e os agarrou pela raiz, mantendo minha
cabeça imóvel. “Você já gostou de fazer anal? Mesmo sem querer?”
“Nunca.”
“E ainda assim confia em mim a ponto de me pedir isso.” Ele beijou minha testa
enquanto lambuzava meu traseiro com seu sêmen.
Eu me agarrei em sua cintura. “Se não quiser, não precisa...”
“Quero, sim.” Sua voz ganhou um tom perversamente agressivo. “Se você está a
fim de alguma coisa, sou eu quem tem que fazer. Sou eu o responsável por satisfazer todas as suas necessidades, Demetria. Custe o que custar.”
“Obrigada, Joseph.” Meus quadris se mexiam sem parar enquanto ele continuava a
me lubrificar. “Eu também quero ser o que você precisa.”
“Eu já disse do que preciso, Demetria... controle.” Ele roçou seus lábios contra os meus.
“Você está me pedindo para fazê-la revisitar lugares dolorosos, e eu vou, se é isso que você quer. Mas precisamos tomar muito cuidado.”
“Eu sei.”
“A confiança é uma coisa difícil de conquistar, tanto pra você como pra mim. Se
acabar, corremos o risco de perder tudo. Pense em uma palavra que você associe ao poder. Sua palavra de segurança, meu anjo. Escolha uma.”
A pressão da ponta do dedo dele foi se tornando mais insistente. Eu gemi:
“Crossfire”.
“Humm... Gostei. Bem apropriado.” A ponta de sua língua percorreu minha boca,
tocando-me apenas de leve antes de se retrair. Seu dedo circulava meu ânus de novo e de novo, empurrando o sêmen para aquele orifício apertado, que se abria pedindo mais,
enquanto ele soltava um gemido.
Quando ele o pressionou de novo, fiz força para fora e seu dedo escorregou para
dentro de mim. A sensação da penetração foi surpreendentemente intensa.
Assim como antes, minhas pernas cederam ao peso do corpo, deixando-me toda
mole.
“Está tudo bem?” Joseph perguntou assustado quando eu quase caí sobre ele. “Quer
que eu pare?”
“Não... Não pare.”
Ele entrou mais um pouquinho, e eu me apertei um pouco, uma relação inevitável ao sentir algo deslizando em contato com tecidos sensíveis. “Você é toda lisinha e
quentinha”, ele sussurrou. “E tão macia. Está doendo?”
“Não. Por favor. Quero mais.”
Joseph tirou a ponta do dedo; depois entrou de novo até a junta, devagarinho e com
calma. Estremeci, deliciada, surpresa ao perceber como aquilo era bom, aquele
preenchimento gostoso do meu traseiro.
“Está gostando?”, ele perguntou com a voz rouca.
“Estou. Com você tudo fica gostoso.”
Ele tirou o dedo de novo, e voltou ainda mais fundo. Curvando-me para a frente,
empurrei o quadril para trás a fim de facilitar seu acesso, pressionando meus seios contra
seu peito. Ele agarrou com mais força meus cabelos, puxando minha cabeça para trás para
me dar um beijo molhado e cheio de tesão. Nossas bocas abertas se esfregavam uma na
outra, em um movimento cada vez mais frenético à medida que minha excitação crescia. A sensação do dedo de Joseph naquele lugarzinho perversamente sensual, entrando e saindo com tanta suavidade, fez com que eu me movesse para trás a fim de deixá-lo entrar ainda mais fundo.
“Você é tão linda”, ele murmurou, num tom de voz infinitamente gentil. “Adoro te
dar prazer. Adoro ver o orgasmo tomar conta do seu corpo.”
“Joseph.” Eu estava entregue, rendida ao contentamento arrebatador de estar em
seus braços, sendo amada por ele. Aqueles quatro dias sozinha tinham me mostrado como
eu seria infeliz se não conseguíssemos nos entender, como meu mundo sem ele ficaria
tedioso e sem vida. “Preciso de você.”
“Eu sei.” Ele lambeu meus lábios, fazendo minha cabeça entrar em parafuso. “Estou
bem aqui. Sua boceta está toda excitada e apertadinha. Você vai gozar pra mim de novo.”
Com as mãos trêmulas, tateei para pegar no pau dele, que estava duro. Levantei o
forro da saia para conseguir enfiá-lo na minha abertura encharcada. Ele entrou só um
pouquinho, a posição em que estávamos impedia uma penetração mais profunda, mas
aquilo já era suficiente. Joguei os braços em seus ombros e enterrei a cabeça em seu
pescoço quando senti minhas pernas enfraquecerem. Ele largou meus cabelos, apoiando a
mão espalmada sobre minhas costas para me manter bem perto.
“Demetria.” Seu dedo começou a entrar e sair mais rapidamente. “Sabe o que você está
fazendo comigo?”
Seus mamilos roçavam os meus, e a cabeça do membro grosso massageava um
pontinho deliciosamente sensível dentro de mim. “Você está ordenhando a cabeça do meu pau com essa boceta apertadinha. Vai me fazer esporrar em você. Quando você gozar, vou gozar também.”
Eu mal me dava conta dos gemidos emitidos por minha garganta. Meus sentidos
estavam sobrecarregados pelo cheiro de Joseph, pelo calor de seu corpo firme e rígido, pela sensação do membro dentro de mim e do dedo no meu traseiro. Eu estava cercada por ele, sendo preenchida por ele, sendo deliciosamente possuída de todas as maneiras possíveis.
Um orgasmo ganhava força dentro de mim, abrindo caminho, expandindo-se no meu
ventre. E não apenas pelo prazer físico, mas também por saber que ele estava disposto a
correr riscos. Mais uma vez. Por mim.
Quando seu dedo parou, soltei um ruído de protesto.
“Psiu”, ele sussurrou. “Está vindo alguém.”
“Ai, Deus! Magdalene apareceu aqui antes e viu a gente. E se ela contou...”
“Não se mexa.” Joseph não me largou. Ficou parado do jeito que estava,preenchendo-me pela frente e por trás, com a mão acariciando minha coluna e esticando
meu vestido. “Isso aqui esconde tudo.”
De costas para a entrada da sala, escondi o meu rosto queimando de vermelho na
camisa dele.
A porta abriu. Houve uma pausa, e depois ouvimos alguém dizer: “Está tudo bem?”.
Christopher. Fiquei sem graça por não poder me virar.
“Claro que está”, disse Joseph, tranquilo, absolutamente controlado. “O que você
quer?”
Para meu tormento, ele retomou o movimento de enfiar e tirar o dedo. Não entrando
fundo como antes, apenas um movimento leve que não apareceria por baixo da saia.
Excitada até os ossos e à beira do orgasmo, cravei minhas unhas nas costas dele. A tensão
que sentia por saber que Christopher estava ali só fazia aumentar meu tesão.
“Demi?”, perguntou Christopher.
Engoli em seco. “Oi?”
“Você está bem?”
Joseph corrigiu sua postura, o que fez com que seu pau me penetrasse e sua pélvis
encontrasse meu clitóris pulsante.
“S-sim. Estamos só... conversando. Sobre. Jantar.” Meus olhos se fecharam quando
Joseph acariciou a fina camada que separava seu pênis de seu dedo dentro de mim. Se ele encostasse no meu clitóris de novo, eu ia gozar. Estava excitada demais para conseguir parar.
O peito de Joseph fez meu rosto vibrar junto quando ele falou. “Se você sair daqui
podemos terminar logo a conversa, então diga logo o que quer.”
“Mamãe está procurando você.”
“Por quê?” Joseph se mexeu de novo, comprimindo meu clitóris ao mesmo tempo
que me enfiou bem fundo o dedo por trás.
Eu gozei. Com medo de que a onda de prazer saísse por minha garganta, enterrei os
dentes na musculatura rígida do peitoral dele. Joseph gemeu de leve e começou a gozar,
lançando grandes jatos de sêmen quente e espesso dentro de mim.
O restante da conversa se perdeu em meio ao ruído da minha própria pulsação na
minha orelha. Christopher falou alguma coisa, Joseph respondeu e a porta se fechou de
novo. Ele me sentou de pernas abertas no braço do sofá e começou a meter em mim com
força, usando meu corpo para extrair o restante de seu orgasmo, gemendo com a boca
colada à minha ao final da trepada mais descontrolada e exibicionista da minha vida.
Quando terminamos, Joseph me levou pela mão até o banheiro, onde ensaboou uma
toalha de mão e me limpou no meio das pernas antes de pensar em sua própria higiene. A
maneira como ele cuidava de mim era deliciosamente íntima, demonstrando mais uma vez que, por mais primitivo que fosse seu desejo, ele considerava minha companhia algo
precioso.
“Não quero mais que a gente brigue”, eu disse baixinho, empoleirada sobre a pia.
Ele escondeu a toalha usada em um cesto de roupa suja e fechou a braguilha. Depois
veio até mim e acariciou meu rosto com seus dedos frios. “Nós não brigamos, meu anjo. Só precisamos aprender a parar de matar um ao outro de susto.”
“Do jeito como você fala parece tão fácil”, resmunguei. Definir qualquer um de nós
como virgens seria ridículo, ainda que em termos emocionais fôssemos exatamente isso,tateando no escuro e ansiosos demais, completamente descontrolados e morrendo de
vergonha, tentando impressionar e deixando de prestar atenção às nuances mais sutis.
“Não importa se vai ser fácil ou não. Vamos superar tudo. Precisamos disso.” Ele
passou os dedos por meus cabelos despenteados, fazendo tudo voltar ao lugar. “Vamos
conversar sobre isso quando estivermos em casa. Acho que descobri o ponto central do
nosso problema.”
Sua convicção e determinação amenizavam a inquietação que senti nos quatro dias
que passei sem ele. Fechando os olhos, relaxei e curti a sensação de ter meus cabelos
arrumados por ele. “Sua mãe ficou muito surpresa por eu ser loira.”
“Ah, é?”
“A minha mãe também. Não por eu ser loira”, logo esclareci. “Por você ter se
interessado por uma loira.”
“É mesmo?”
“Joseph!”
“Quê?” Ele beijou a ponta do meu nariz e acariciou meus braços com as mãos.
“Eu não sou do tipo com que você sai normalmente, não é?”
Ele ergueu as sobrancelhas. “Eu só tenho um tipo: Demetria Devonne Lovato. E ponto
final.”
Revirei os olhos. “Tudo bem. Que seja.”
“Que diferença isso faz? Agora estou com você.”
“Nenhuma. Só estou curiosa. As pessoas não costumam abrir mão de seu tipo
preferido.”
Posicionando-se entre minhas pernas, ele me abraçou pelos quadris. “Sorte minha
que sou seu tipo.”
“Joseph, não existe um tipo no seu caso.” Eu tentei deixar bem claro. “Você
pertence a uma categoria única e exclusiva.”
Os olhos deles brilharam. “Então você gosta do que vê?”
“Você sabe que sim, e é por isso que precisamos sair daqui agora, para não começar
a trepar de novo como animais no cio.”
Apertando seu rosto junto ao meu, ele murmurou: “Só você para me deixar louco de
tesão em um lugar que me dá calafrios. Obrigado por ser exatamente o que eu quero e
preciso”.
“Ah, Joseph.” Eu o abracei com os braços e as pernas, mantendo entre nós a maior
proximidade possível. “Você veio aqui por minha causa, não foi? Pra me tirar deste lugar
que você detesta.”
“Eu iria até o inferno por você, Demetria, e isto aqui é quase isso.” Ele suspirou
profundamente. “Eu estava quase indo até seu apartamento quando fiquei sabendo que você estava aqui. Você precisa manter distância de Christopher.”
“Por que você fica falando isso o tempo todo? Ele parece ser tão legal.”
Joseph se afastou, ajeitando o cabeço com os dedos. Seus olhos grudaram nos
meus. “Ele leva a rivalidade entre irmãos ao extremo, e é instável a ponto de se tornar
perigoso. Está sendo bonzinho porque sabe que pode usar você para me magoar. Precisa
confiar em mim a esse respeito.”
Por que Joseph estava tão desconfiado das intenções de seu meio-irmão? Ele devia
ter uma boa razão, mas essa era outra coisa que ainda não tinha compartilhado comigo.
“Confio em você. Claro que sim. Vou manter distância dele.”
“Obrigado.” Ele me pegou pela cintura e me pôs no chão. “Vamos buscar Cary e dar o fora daqui.”
Posta loogooo
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