quarta-feira, 2 de julho de 2014

Capítulo 4

Pensei na expressão no rosto dele quando eu o chupava... nos ruídos ferozes que fazia quando estava prestes a gozar...
Então levantei, confirmei que a mensagem havia sido enviada e a apaguei, depois joguei o telefone de volta na bolsa. Como estava na hora do almoço, fechei todas as janelas do computador e fui até a recepção encontrar Megumi.
“O que você quer comer?”, ela perguntou enquanto levantava, dando-me a chance de admirar seu lindo vestidinho lavanda sem mangas.
Fiquei meio sem graça, porque a pergunta fez com que eu lembrasse da mensagem que tinha acabado de mandar. “Você que sabe. Eu como de tudo.”
Passamos pela porta de vidro a caminho do elevador.
“Mal posso esperar pelo fim de semana”, disse Megumi com um suspiro ao apertar o botão com a unha postiça do dedo indicador. “Só falta um dia e meio.”
“E quais são seus planos?”
“Isso eu ainda não sei.” Ela suspirou e prendeu o cabelo atrás da orelha.
“Vou sair com um cara que nem conheço”, ela explicou, meio sem jeito.
“Ah. E você confia na pessoa que marcou o encontro?”
“É a menina que mora comigo. Espero que ele seja no mínimo bonitinho, porque sei onde ela vive e sou bem vingativa.”
Eu ainda estava rindo quando o elevador chegou e nós entramos. “Bom, isso dá uma boa margem de segurança para você.”
“Nem tanto. Ela também conheceu esse cara num encontro às cegas. Jura que ele é legal, só não faz o tipo dela.”
“Humm...”
“Então!” Megumi balançou a cabeça e olhou para o mostrador em estilo antigo que indicava a passagem do elevador pelos andares.
“Depois me conte como foi.”
“Pode deixar. Me deseje sorte.”
“Claro.” Tínhamos acabado de chegar ao saguão quando senti minha bolsa vibrar debaixo do braço. Depois de passar pela catraca, peguei o celular e senti um frio na barriga ao ver o nome de Joseph na tela. Ele resolveu me ligar em vez de responder com um torpedo erótico.
“Me dê uma licencinha”, eu disse para Megumi antes de atender.
Ela acenou com a mão como se não se importasse. “Fique à vontade.”
“Oiê”, atendi, toda simpática.
Demetria.
Quase tomei um tombo ao ouvi-lo falar naquele tom. Havia uma promessa generosa de impetuosidade em sua voz.
Fui andando mais devagar e me dei conta de que estava sem palavras só de ouvi-lo dizer meu nome com a intensidade que eu tanto desejava — um toque de ansiedade que demonstrava que aquilo que ele mais queria no mundo naquele momento era estar dentro de mim.
Cercada pela multidão que entrava e saía do edifício, fiquei parada espreitando o silêncio angustiante do outro lado da linha. Era um pedido silencioso e quase irresistível. Ele não fazia nenhum ruído. Eu não conseguia escutar nem sua respiração, mas era capaz de sentir seu desejo. Se Megumi não estivesse esperando pacientemente por mim, eu entraria no elevador e iria até o último andar sem pensar duas vezes para obedecer ao comando silencioso para que eu
cumprisse a expectativa que havia gerado.
A lembrança da vez em que o chupei no escritório tomou conta de mim e me deixou com água na boca. Eu engoli antes de responder. “Joseph...”
“Você queria minha atenção... e conseguiu. Quero ouvir você dizer essas palavras.”
Meu rosto ficou vermelho. “Não posso. Agora não. Te ligo mais tarde.”
“Se esconde atrás do pilar.”
Surpresa, olhei ao redor à procura dele. Depois lembrei que Joseph estava ligando do escritório. Percorri o saguão com os olhos em busca das câmeras de segurança. Imediatamente, senti seus olhos sobre mim, brilhando de tesão.
Fiquei toda excitada, pulsando de desejo.
“Rápido, meu anjo. Sua amiga está esperando.”
Escondi-me atrás de uma coluna, respirando profundamente.
“Agora fala. Sua mensagem me deixou de pau duro, Demetria. O que você vai fazer a respeito?”
Levei a mão à garganta, procurando desesperadamente por Megumi, que me olhava com um olhar de surpresa no rosto. Levantei o dedo pedindo mais um minutinho, depois virei de costas para ela e sussurrei: “Quero chupar você”.
“Pra quê? Só pra mexer comigo? Pra me provocar, como você está fazendo agora?” Não havia ardor em sua voz, apenas uma severidade controlada.
Eu sabia que precisava levar a sério as necessidades sexuais de Joseph.
“Não.” Levantei o rosto para a abóboda no teto que escondia a câmera de segurança mais próxima. “Pra fazer você gozar. Adoro fazer você gozar, Joseph.”
Ele expirou com força. “Um agrado, então.”
Só eu sabia o que significava para Joseph considerar o ato sexual um agrado. Para ele, o sexo sempre tinha significado dor e degradação, luxúria ou necessidade. Comigo, porém, envolvia prazer e amor. “Isso.”
“Que ótimo. Porque pra mim você é preciosa, Demetria, e nossa relação também.
Mesmo essa necessidade de foder o tempo todo é inestimável pra mim,porque envolve sentimento.”
Apoiei todo o meu peso à coluna, admitindo para mim mesma que havia voltado a incorrer em um velho e destrutivo hábito — usar o sexo para tirar o foco de minhas inseguranças. Se Joseph estivesse babando de tesão por mim,não estaria perseguindo outra. Como ele conseguia me entender tão bem?
“Sim”, suspirei, fechando os olhos. “Envolve sentimento.”
Houve um tempo em que eu recorria ao sexo em busca de afeto, confundia um desejo momentâneo com um envolvimento verdadeiro. Por isso passei a insistir em estabelecer alguma intimidade antes de dormir com um homem.
Nunca mais queria sair da cama de alguém me sentindo suja e sem valor.
E eu tinha certeza de que não queria banalizar o que estava vivendo com Joseph só por causa de um medo irracional de perdê-lo.
Quando me dei conta disso, perdi o equilíbrio. Senti meu estômago embrulhar, uma sensação de que algo terrível ia acontecer.
“Você pode ter o que quiser depois do trabalho, meu anjo.” Seu tom de voz se tornou mais grave, mais áspero. “Enquanto isso, tenha um bom almoço com sua amiga. Vou estar pensando em você. E na sua boca.”
“Eu te amo, Joseph.”
Precisei respirar fundo e me recompor antes de me juntar de novo a
Megumi. “Desculpe.”
“Está tudo bem?”
“Está, sim.”
“Continua tudo bem entre você e Joseph Jonas?” Ela me olhou com um sorrisinho no rosto.
“Humm...” E como. “Não tenho do que reclamar.” Eu queria muito poder falar sobre o assunto. Queria ser capaz de me destravar e confessar tudo o que sentia por ele. De dizer que pensava nele o tempo todo, que enlouquecia ao seu toque, que sentir o quanto ele sofria me dilacerava.
Mas eu não podia. De jeito nenhum. Ele era visado demais, conhecido demais.
Fofocas sobre sua vida particular valiam uma fortuna. Não podia me
arriscar.
“Não tem do que reclamar mesmo”, concordou Megumi. “Ele é tudo. Você já o conhecia antes de vir trabalhar aqui?”
“Não. Mas talvez a gente tenha se esbarrado antes.” Por causa do nosso passado em comum. Minha mãe colaborava com muitas entidades de apoio a crianças vítimas de abuso, assim como Joseph. Era muito provável que um tenha cruzado o caminho do outro em algum momento. Imagino como teria sido esse encontro — ele com alguma morena deslumbrante e eu com Cary. Será que à distância teríamos sentido o mesmo tipo de atração visceral um pelo outro que
ocorrera no ambiente mais íntimo do saguão do Crossfire?
Ele me desejou desde o primeiro momento em que me viu na rua.
“Imaginei.” Megumi atravessou a porta giratória do saguão. “Li que as
coisas estão ficando sérias entre vocês dois”, ela disse quando cheguei à calçada.
“Então achei que já se conhecessem há mais tempo.”
“Não acredite em tudo que sai nesses sites de fofoca.”
“Então a coisa não é tão séria assim?”
“Eu não diria isso.” As coisas eram sérias até demais às vezes. Brutalmente sérias. Dolorosamente sérias.
Ela balançou a cabeça. “Opa. Acho que estou sendo muito enxerida. Desculpe. Tenho um fraco por uma fofoquinha. E por homens maravilhosos como Joseph Jonas. Nem consigo imaginar como é sair com alguém que exala tanta energia sexual. Só me diz se ele é bom de cama, vai.”
Sorri. Como era bom poder conversar com uma garota. Não que Cary não soubesse apreciar o valor de um cara gostoso, mas não havia nada como um bom papo entre duas mulheres. “Não tenho do que reclamar.”
“Sua sortuda!” Ela bateu o ombro no meu, para mostrar que estava brincando, e completou: “E aquele seu colega de apartamento? Pelas fotos que vi, é um gato. Ele é solteiro? Não quer me apresentar?”.
Eu me virei para ela e encolhi os ombros. Aprendi do jeito mais difícil que era melhor nem tentar incentivar uma relação entre Cary e um amigo ou conhecido meu. Era fácil demais se apaixonar por ele, o que levava a muitos corações partidos, já que Cary não era capaz de se entregar da mesma forma. “Nem sei se ele está solteiro ou não. As coisas estão meio... complicadas no momento.”
“Bom, se surgir uma oportunidade, eu não me oponho. Mas foi só um
comentário. Você gosta de taco?”
“Adoro.”
“Conheço um lugar ótimo a uns dois quarteirões daqui. Vamos lá.”
Eu estava me sentindo ótima ao voltar do almoço com Megumi. Quarenta minutos de fofocas, comentários sobre os caras que cruzavam nosso caminho e três excelentes tacos de carne assada eram o que eu precisava para renovar o ânimo.
E ainda estávamos voltando dez minutos mais cedo, o que era ótimo,
porque eu não estava sendo muito pontual nos últimos dias, apesar de Mark nunca ter reclamado.
A cidade pulsava ao nosso redor — táxis e pessoas indo e vindo em meio ao calor e à umidade, sempre com pressa, para dar conta das tarefas irrealizáveis do dia a dia. Eu observava toda aquela gente sem o menor pudor, atenta a tudo e a todos.
Homens de terno caminhavam lado a lado com moças de vestido florido e rasteirinha. Mulheres em terninhos de alta-costura e sapatos de quinhentos dólares abriam caminho entre vendedores de cachorro-quente e camelôs. O ambiente eclético de Nova York era o paraíso para mim. Ali, eu me sentia mais viva e energizada do que em qualquer outro lugar em que tenha morado.
Estávamos esperando para atravessar a rua no semáforo em frente ao Crossfire quando meu olhar foi imediatamente atraído pelo Bentley estacionado no meio-fio. Joseph devia ter acabado de chegar do almoço. Instintivamente, comecei a pensar nele sentado em seu carro no dia em que nos conhecemos, observando-me enquanto eu absorvia a beleza imponente daquele prédio. Fiquei
trêmula só de imaginar...
Foi quando meu sangue gelou.
Uma morena estonteante saiu pela porta giratória e se deteve, permitindo que eu a enxergasse direitinho — o modelo de mulher ideal para Joseph, conscientemente ou não. Era a mulher que tinha monopolizado sua atenção quando apareceu no evento do Waldorf-Astoria. Uma mulher que, pela autoconfiança e influência que exercia sobre Joseph, despertava minhas inseguranças mais profundas.
Corinne Giroux parecia poderosa e confiante em seu vestido creme e seus sapatos cereja de salto. Ela alisou com uma das mãos seus longos cabelos escuros, que não pareciam tão perfeitos como na noite anterior. Na verdade, estavam até um tanto desalinhados. Depois passou os dedos em torno da boca, como se estivesse limpando os lábios.
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 Bom, daqui pra frente a estória vai pegar fogo.

2 comentários:

  1. Nao!! Joseph nao fez isso?! Por favor diga q nao! Quero matar essa vadia da corinne!!

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  2. AI MEU DEUS
    VOCÊ NAO PODIA PARAR AI
    SUA FIC É MARAVILHOSA
    AI MEU DEUS
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