“Essa coisa de terapia é uma novidade pra mim”,
Joseph disse mais tarde, a caminho de casa no Bentley. “Então não sei bem como
avaliar, mas foi mesmo o desastre que pareceu ser?”
“Poderia ter sido melhor”, respondi, jogando a
cabeça para trás e fechando os olhos. Eu estava exausta. Cansada demais até
para pensar em fazer a aula de krav maga das oito. “Só quero tomar um banho e
ir pra minha cama.”
“Tenho umas coisas pra resolver antes de encerrar
meu dia.”
“Tudo bem.” Bocejei. “Por que você não faz o que precisa
e a gente se fala amanhã?”
Minha sugestão foi seguida de um silêncio
absoluto. Pouco depois, o clima ficou tão tenso que eu não tive escolha a não
ser abrir os olhos, erguer a cabeça e me virar para ele.
Joseph estava me encarando, com os lábios contorcidos
de frustração.
“Você está me dispensando.”
“Não, eu só...”
“Não o cacete! Você já me julgou e me condenou,
agora está me dando um pé na bunda.”
“Estou morta de cansaço, Joseph! Tenho os meus
limites. Preciso de uma noite de sono e...”
“Eu preciso de você”, ele interrompeu. “O que mais
tenho que fazer pra você acreditar em mim?”
“Não acho que você tenha me traído. Tá bom? Por
mais que a coisa pareça suspeita, não consigo acreditar que você faria isso.
São os segredos que estão me incomodando. Estou me doando totalmente para as
coisas darem certo, mas você...”
“Acha que não estou?” Ele se remexeu no assento,
posicionando uma das pernas em cima do banco para ficar de frente para mim.
“Nunca me esforcei tanto pra uma coisa dar certo na minha vida como agora.”
“Você não tem que fazer esse esforço por mim. Faça
por você mesmo.”
“Não me venha com esse papo furado! Eu não
precisaria me esforçar tanto pra me relacionar com outra pessoa qualquer.”
Soltando um gemido baixinho, recostei a cabeça no
assento e fechei os olhos s de novo. “Estou cansada de brigar, Joseph. Só quero
um pouco de paz por uma noite. Estou meio fora do ar o dia todo.”
“Você está doente?” Ele chegou mais perto,
agarrando com delicadeza minha nuca e beijando minha testa. “Não parece estar
com febre. É o estômago?
Respirei bem perto dele, absorvendo o cheiro
delicioso de sua pele. A vontade de descansar meu rosto em seu pescoço era
quase insuportável.
“Não.” Foi quando me dei conta. Soltei um gemido.
“O que foi?” Ele me puxou para seu colo,
abraçando-me bem forte. “O que foi? Quer ir ao médico?”
“É TPM”, murmurei, sem querer que Angus ouvisse.
“Vou menstruar a qualquer momento. Não sei como não percebi antes. Não é à toa
que estou tão cansada e nervosa. São os hormônios.”
Ele ficou imóvel. Depois de alguns segundos,
levantei a cabeça à procura de seu rosto.
Com um sorrisinho de malícia, ele admitiu: “Isso é
novidade pra mim. Não é um problema que aparece muitas vezes numa vida marcada
pelo sexo casual”.
“Sorte sua. Agora você vai ver o que é conviver
com uma mulher.”
“Sorte minha mesmo.” Joseph tirou os fios de
cabelos soltos sobre minha têmpora, deixando seus próprios cabelos caírem sobre
o rosto. “Talvez, se eu tiver mais um pouco de sorte, amanhã você já vai estar
melhor e vai voltar a gostar de mim.”
Ai, meu Deus. Senti um aperto no coração. “Ainda
gosto de você, Joseph. Só não gosto dos seus segredos. Vão acabar com a gente.”
“Não deixe isso acontecer”, ele murmurou,
acariciando o contorno das minhas sobrancelhas com a ponta do dedo. “Confie em
mim.”
“Você vai ter que confiar em mim também.”
Ele me abraçou e me beijou bem de leve na boca.
“Quer saber de uma coisa, meu anjo?”, ele sussurrou. “Não existe ninguém em
quem eu confie mais.”
Enfiei os braços por baixo de seu paletó e o
abracei, sentindo o calor de seu corpo esguio e rígido. A preocupação com o
fato de que estávamos começando a nos afastar um do outro era inevitável.
Joseph aproveitou a ocasião para enfiar a língua
na minha boca, provocando a minha com suas lambidas aveludadas. Sem a menor
pressa. Eu queria um contato ainda mais íntimo, precisava de mais. Muito mais.
Lamentava o fato de que, em termos emocionais, tinha muito pouco acesso a ele.
Ele gemeu dentro da minha boca, um som erótico de
prazer que reverberou dentro de mim. Virando a cabeça, colou seus lábios lindamente
esculpidos aos meus. O beijo foi se tornando mais profundo, as línguas foram se
encontrando , nossa respiração foi se acelerando.
A mão sobre a minha nuca me puxou mais para perto
dele. A outra se enfiou por dentro da
minha blusa, acariciando minha coluna com sua superfície morna. Seus dedos se
flexionaram, mantendo um toque suave mesmo quando o beijo esquentou. Eu me
arqueei em direção à sua carícia, sentindo a necessidade de seu toque contra a
minha pele.
“Joseph...” Pela primeira vez, nossa proximidade
física não era suficiente para aplacar o desejo desesperado que pulsava dentro
de mim.
“Shh”, ele me acalmou. “Estou aqui. Não vou a
lugar nenhum.”
Fechei os olhos e me aninhei no pescoço dele,
perguntando a mim mesma se seríamos teimosos a ponto de insistir quando tudo
parecia dizer que era melhor deixar para lá.
Acordei com um grito, abafado pela mão suada que
cobria minha boca. Um peso esmagador me deixava sem fôlego enquanto outra mão
se enfiava por debaixo da minha camisola, apalpando-me. O pânico tomou conta de
mim e comecei a me debater, esperneando freneticamente.
Não... Por favor, não... Chega. De novo, não.
Arfando como um cão, Nathan escancarou minhas
pernas à força. O Membro duro que ele tinha no meio das pernas abria caminho às
cegas, esfregando-se nas minhas coxas. Resisti até sentir meus pulmões em
chamas, mas ele era forte demais. Não
conseguia movê-lo dali. Não havia como escapar.
Para com isso! Sai de cima de mim! Me larga! Por
favor, não faz isso comigo... não me machuca...
Mãe!
As mãos de Nathan me empurravam para baixo,
esmagando minha cabeça contra o travesseiro. Quanto mais eu reagia, mais
excitado ele ficava. Sussurrando palavras terríveis e asquerosas na minha
orelha, ele encontrou uma fenda frágil e macia no meio das minhas pernas e me
penetrou com um grunhido. Fiquei paralisada, imobilizada por uma dor terrível.
“Assim”, ele grunhiu... “Agora você vai gostar...
sua putinha... você está gostando...”
Eu não conseguia respirar. Sentia meus pulmões
funcionando aos espasmos, minhas narinas bloqueadas pela mão dele. Pontinhos
coloridos dançando diante dos meus olhos. Meu peito queimava. Comecei a me
debater de novo... precisava de ar...desesperadamente...
“Demetria! Acorda!
Meus olhos se abriram diante daquela ordem dada
aos berros. Consegui libertar meus braços, depois meu corpo todo...
Afastei-me... lutando para me desvencilhar dos lençóis enroscados nas minhas
pernas... perdendo o equilíbrio...
O impacto contra o chão me acordou de vez, e um
ruído terrível de dor e de medo escapou pela minha garganta.
“Droga, Demetria. Assim você vai se machucar!”
Respirei profundamente algumas vezes e fui
engatinhando até o banheiro.
Joseph me levantou e me agarrou junto ao peito.
“Demetria.”
“Vou vomitar”, eu disse engasgada, pondo a mão
sobre a boca quando senti meu estômago embrulhar.
“Eu levo você”, Joseph disse sem hesitar,
conduzindo-me com passadas
firmes e decididas. Ele me levou até o vaso e
levantou o assento. Ajoelhado ao meu lado, segurou meus cabelos enquanto eu
vomitava, acariciando minhas cóstas com sua mão quente.
“Calma, meu anjo”, ele murmurava sem parar. “Está
tudo bem. Você está em segurança.”
Depois de esvaziar meu estômago, dei a descarga e
apoiei o rosto suado sobre o antebraço, tentando me concentrar em qualquer
coisa que ajudasse a dispersar as reminiscências daquele sonho.
“Gata...”
Virei a cabeça e vi Cary parado na porta do meu
banheiro, com seu belo rosto franzido em uma careta. Ele estava com um jeans
largo e uma camiseta, o que me fez notar que Joseph também estava totalmente
vestido. Ele não usava mais o terno, nem a calça de moletom que vestiu assim
que chegou. Estava de jeans e camiseta preta.
Desorientada, olhei no relógio e vi que mal havia
passado da meia-noite.
“O que vocês estão fazendo?”
“Acabei de chegar”, respondeu Cary. “E encontrei
Jonas entrando.”Olhei para Joseph, que tinha a mesma expressão preocupada do
meu
amigo. “Você saiu?”
Joseph me ajudou a levantar. “Eu avisei que
precisava resolver umas coisas.”
À meia-noite? “Que coisas?”
“Nada de mais.”
Escapei de seu abraço e fui até a pia escovar os
dentes. Mais um segredo.
Quantos ele ainda teria?
Cary apareceu ao lado do meu reflexo no espelho.
“Fazia tempo que você não tinha um pesadelo.”
Em seus olhos verdes preocupados, percebi como
estava exausto.
Ele deu um apertão de leve no meu ombro. “Vamos
relaxar no fim de semana. Recarregar as baterias. Estamos precisando. Você vai
conseguir ficar bem?”
“Eu cuido dela.” Joseph levantou da borda da
banheira, onde estava sentado tirando suas botas.
“Isso não significa que eu não possa ajudar.” Cary
deu um beijo na minha testa. “Se precisar de alguma coisa é só gritar.”
O olhar que ele me lançou ao sair do quarto disse
tudo — Cary não gostava
da ideia de Joseph dormindo ali comigo. Na
verdade, eu também tinha minhas restrições a esse respeito. A preocupação
constante com o distúrbio do sono dele estava contribuindo e muito para minha
instabilidade emocional. Como Cary havia dito pouco tempo antes, o cara era uma
bomba-relógio, e eu estava dividindo minha cama com ele.
Enxaguei a boca e pus a escova de dente de volta
no suporte. “Preciso de um banho.”
Tinha tomado um antes de dormir, mas estava me
sentindo suja de novo.
Um suor frio brotava da minha pele. Quando eu fechava
os olhos, podia sentir o cheiro dele — de Nathan — em mim.
Joseph ligou o chuveiro e começou a tirar a roupa,
distraindo-me em boa hora com a visão de seu corpo maravilhoso. Sua musculatura
era firme e bem definida. Sua silhueta era esguia, mas ainda assim forte e
elegante.
Deixei minhas roupas no chão e entrei debaixo do
jato quente de água soltando um gemido. Ele entrou logo atrás, pôs meu cabelo
de lado e beijou meu ombro. “Está melhor?”
“Estou.” Porque
você está aqui.
Joseph enlaçou minha cintura cautelosamente com os
braços e soltou um
suspiro trêmulo. “Eu... Nossa, Demetria. Você
estava sonhando com Nathan?”
Respirei fundo. “Talvez algum dia a gente seja
capaz de conversar sobre nossos sonhos...”
Ele soltou o ar dos pulmões, apertando meus
quadris com os dedos. “Não dá pra explicar, né?”
“É”, murmurei. “Não dá pra explicar.”
Ficamos no chuveiro um tempão, envoltos em vapor e
segredos, fisicamente próximos, mas emocionalmente distantes. Eu detestava
aquilo.A vontade de chorar era mais forte que eu e não tentei reprimi-la. Era
bom desabafar. Toda a pressão daquele longo dia pareceu se dissipar com meus
soluços.
“Meu anjo...” Joseph me abraçou pelas costas, seus
braços bem presos à minha cintura, confortando-me com o escudo protetor de seu
corpo volumoso.
“Não chore... Não aguento isso. Diga do que você
precisa, meu anjo. O que eu posso fazer?”
“Tire a sujeira de mim”, sussurrei, inclinando-me
na sua direção,
entregando-me à sua possessividade reconfortante.
Meus dedos se enlaçaram com os dele na altura da minha barriga. “Eu quero ficar
limpa.”
“Você já está limpa.”
Respirei bem fundo, sacudindo a cabeça em negação.
“Escute o que vou dizer, Demetria. Ninguém nunca
mais vai encostar em você”, ele disse, convicto. “Ninguém nunca mais vai
encostar em você. Nunca mais.”
Apertei os dedos dele entre os meus.
“Nem por cima do meu cadáver, Demetria. Isso não
vai acontecer.”
A dor que eu sentia no peito me impedia de falar.
A ideia de Joseph encarando meu pesadelo... vendo o homem que havia feito
aquilo comigo... O nó no estômago que eu havia sentido o dia todo se apertou
ainda mais. Joseph pegou o xampu e eu fechei os olhos, procurando não pensar em
mais nada além do homem cuja única preocupação naquele momento era eu.
Esperei, sem fôlego, pelo toque de seus dedos
mágicos. Quando os senti, tive que procurar o apoio da parede para não cair.
Com ambas as mãos espalmadas contra os azulejos frios, saboreei a sensação de
seus dedos massageando meu couro cabeludo e soltei um gemido.
“Está gostoso?”, ele perguntou num tom de voz
baixo e meio rouco.
“Como sempre.”
Maaaaais!!! A que horas vc costuma postar?? So pra eu ter uma ideia de quando ei posso ficar louca esperando o capitulnovo
ResponderExcluirEu não tenho horário certo para posta, mas por volta das 18:00 hrs mais ou menos eu posto. :)
ExcluirValeuuu
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